Conhecido há mais de
cinco mil anos, o azeite era considerado por Hipócrates, o Pai da Medicina, não
só alimento, mas um poderoso remédio. Na época, ele utilizava o óleo para
tratar ferimentos e aliviar dores – o que sinalizava uma propriedade anti-inflamatória.
Mas, nas últimas décadas, a substância oleosa extraída das azeitonas ganhou o
status de aliada do coração.
Os alimentos ricos em gorduras saturadas e trans são altamente prejudiciais
porque aumentam as chances do desenvolvimento da aterosclerose: acumulo de
placas de gordura nas artérias do coração e do cérebro, podendo levar a infarto
e derrame.
O azeite também é rico em antioxidantes, como os polifenois, capazes de
combater os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento das células. O
benefício? Efeito protetor contra uma série de doenças degenerativas, entre as
quais a cardíaca.
O consumo de azeite está associado a baixos níveis
de colesterol ruim (LDL), aquele que prejudica o coração
Outra vantagem é a grande concentração de gordura monoinsaturada – a mais
benéfica para o coração – por capturar o excesso de colesterol ruim em
circulação no sangue. Se comparado a outros óleos, o azeite ganha disparado na
quantidade dessa gordura: ela é responsável por 77% de sua composição contra
24% presentes no óleo de soja.
Tipo virgem extra: o melhor
O campeão nas vantagens para a saúde é o azeite virgem extra. Pesquisas
recentes identificaram mais uma qualidade sua: a possibilidade de aumentar o
colesterol bom (HDL).
“As pesquisas mostram que o consumo usual ajuda a equilibrar os níveis de
colesterol no sangue, ou seja, enquanto diminui o ruim, aumenta o bom”,
"Um atributo importante para
determinar a qualidade do azeite é o grau de acidez, considerado um índice de
qualidade. A relação é simples: quanto menor a acidez, maior a pureza e, por
consequência, os benefícios à saúde.
O virgem extra é o mais puro dos azeites, com grau de acidez não superior a
1% para cada 100g. O tipo virgem chega a 2% de acidez por 100g e os que
apresentam grau de acidez superior a 2% passaram por mais etapas durante a
elaboração e, em geral, são misturados a outros óleos, como o de soja, o que
diminuiu sua qualidade.
Consumo diário
Nos países do sul europeu, na região do Mediterrâneo, o azeite é a base da
cozinha. Lá, esse ingrediente é utilizado no preparo de toda refeição – que
contempla verduras, legumes, frutas e peixes – e não só para temperar as
saladas, como acontece em Portugal.
As pesquisas mostram que o consumo usual ajuda a
equilibrar os níveis de colesterol no sangue, ou seja, enquanto diminui o ruim,
aumenta o bom
Como utilizar
Mas como utilizar o azeite na alimentação? "Uma boa dica é colocá-lo
nas preparações frias e nas que têm aquecimento brando, como refogados e
ensopados". O ingrediente não deve nunca ficar muito tempo no fogo.
"Ao utilizar o azeite para cozinhar, alguns componentes importantes como
os antioxidantes podem ser alterados, o que diminui seus benefícios",
completa.
Que a luz divina vos proteja!
Por:
Paulo de Carvalho
Nutricionista, formado pela Universidade Católica Santa Úrsula
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